A presente dissertação foi desenvolvida no âmbito do Mestrado Profissional em Gestão e Avaliação da Educação Pública (PPGP) do Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (CAEd/UFJF). O caso de gestão estruturou-se a partir da observação de situações de violência entre estudantes de uma escola estadual do estado de Minas Gerais. A violência escolar, objeto de atenção de gestores educacionais, que buscam discutir alternativas estratégicas para a problemática, é oriunda de um amálgama de questões políticas, econômicas, sociais, judiciárias e culturais. Preocupados com o tema, atentos ao que autores de referência discorrem sobre o assunto e investigando o que acontece no espaço escolhido para a pesquisa, trabalhamos com a hipótese de que o quadro de violência escolar pode estar configurado pelo não reconhecimento de um conjunto de sujeitos (estudantes, professores, família) do papel social da instituição escolar. No sentido de confirmar e/ou refutar essa hipótese, definimos como questão de investigação: que sentidos estudantes, professores e demais servidores estabelecem para a instituição escolar investigada, quando perguntados sobre evidências do quadro de violência escolar? Para problematizar essa questão de investigação, observando, em especial, de que maneira a gestão da escola pode contribuir para a comunidade refletir sobre consequências de questões de violência escolar às relações de ensino e aprendizagem, definimos, como objetivo geral, compreender os diferentes tipos de violência escolar na instituição estudada e seus desdobramentos nos processos educacionais, com vistas a propor um plano de gestão. Traçamos, então, como objetivos específicos: (i) identificar evidências do caso de gestão, mapeando os tipos de situações cotidianas que contribuem para o quadro de violência escolar e investigando como os diferentes sujeitos que ocupam a escola estadual vêm lidando com essas situações; (ii) analisar a natureza e a recorrência da violência mapeada, problematizando desafios e possibilidades para a implementação de ações gestoras; (iii) propor um Plano de Ação para a constituição de uma gestão escolar que contribua para a modificação da cultura escolar pautada na violência, devolvendo à comunidade os investimentos da pesquisa. Para tanto, adotamos, como procedimento metodológico, dados advindos de questionários não identificados, aplicado a estudantes, professores e demais funcionários, o que nos permitiu chegar a categorias de análise que balizaram o Plano de Ação. Concluímos que a cultura da violência, presente nas agressões verbais, físicas e em danos ao patrimônio público, encontra no diálogo caminhos de mediação para a implementação de uma cultura não excludente. Nesse sentido, a gestão das situações de violência se coloca como uma possibilidade para a promoção de um percurso que pode vir a fortalecer o coletivo na instituição, pela luta da garantia do direito de aprendizagem, independente de fatores de natureza social, política, econômica, psicológica, dentre outros que justifiquem a violência à escola e na escola.
Dissertações Defendidas em 2020
VIOLÊNCIA ESCOLAR EM UMA ESCOLA ESTADUAL: desafios e possibilidades gestoras
Ibero Ribeiro de Matos
Rosângela Veiga Júlio Ferreira
Violência escolar. Gestão. Agressão Física. Agressão Verbal. Dano ao Patrimônio.
Dissertação do Mestrado Profissional em Gestão e Avaliação da Educação Pública – CAEd/UFJF
MATOS, Ibero Ribeiro de. VIOLÊNCIA ESCOLAR EM UMA ESCOLA ESTADUAL: desafios e possibilidades gestoras. Dissertação (mestrado profissional) - Universidade Federal de Juiz de Fora, Faculdade de Educação/CAEd. Programa de Pós-Graduação em Gestão e Avaliação da Educação Pública. P.131. 2020.