Dissertações Defendidas em 2016

O SAERJINHO COMO AVALIAÇÃO FORMATIVA: ESTUDO DE CASO DE UMA ESCOLA PÚBLICA ESTADUAL DA REGIONAL MÉDIO PARAÍBA/RJ

MARCELE MARIA FERREIRA LOPES

Tufi Machado Soares

O estudo de caso apresentado neste trabalho tem como foco a apropriação de resultados da avaliação externa bimestral promovida pela Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro – o Saerjinho – em uma escola da Regional Médio Paraíba do estado do Rio de Janeiro (Escola X). O Saerjinho é um sistema de avaliação do processo de ensino e aprendizagem, com caracteres diagnóstico e formativo, aplicado a alunos do 5º, 6° e 9º anos do Ensino Fundamental e das três séries do Ensino Médio. Este instrumento pretende acompanhar mais de perto o rendimento dos estudantes, detectando de maneira mais ágil e fiel as dificuldades de aprendizagem. Assumiu-se como hipótese inicial a de que os professores utilizam o instrumento de maneira somativa, apenas, sem propor, a partir de seus resultados, intervenções na prática pedagógica voltadas à aprendizagem dos alunos. Os objetivos definidos para este estudo são: descrever o Saerjinho como o caso de gestão em estudo no âmbito da Regional Médio Paraíba e da Escola X; analisar os usos feitos desse instrumento de avaliação pelos professores de Língua Portuguesa da Escola X; e propor ações que acompanhem e aperfeiçoem a apropriação de seus resultados para melhorar a aprendizagem e, consequentemente, o desempenho dos alunos dessa escola. Foi utilizada pesquisa qualitativa como metodologia e, como instrumentos de pesquisa, grupo focal e entrevistas semiestruturadas. Inicialmente, foram elaborados, por meio do grupo focal e à luz da teoria weberiana, dois tipos ideais de usos diferenciados do Saerjinho e de seus resultados: um que desvaloriza o instrumento, em que os resultados são apenas convertidos em notas; e outro que o supervaloriza, com práticas docentes voltadas quase que exclusivamente ao Saerjinho. Nenhum deles contempla o uso do Saerjinho como avaliação externa de caráter formativo. Posteriormente, voltou-se a preocupação desta pesquisa para a atuação dos professores da Escola X, diante dos dois tipos ideais de uso do Saerjinho elaborados. Constatou-se que os professores de Língua Portuguesa da Escola X aproximam-se do tipo ideal de desvalorização do instrumento, utilizando-o apenas como instrumento de avaliação somativa. A partir dessa constatação, propõe-se um modelo formativo de utilização dos resultados e, a partir desse modelo, um plano de ação interventiva, de forma a contribuir para que a equipe de gestão dessa escola promova essa apropriação. Nesse modelo formativo, professores e gestores valorizem o Saerjinho como instrumento avaliativo no contínuo ação-reflexão-ação proposto por Hoffmann (2003), já que essa avaliação permite que sejam propostas mudanças na prática pedagógica ainda durante o ano letivo, ajustando a atuação docente à realidade de aprendizagem discente. Além das propostas de ações voltadas à apropriação na Escola X, é proposto também um questionário que auxilie a identificação da tipologia presente em outras unidades escolares.


Saerjinho; Apropriação de resultados; Avaliação formativa.

Dissertação do Mestrado Profissional em Gestão e Avaliação da Educação Pública – Caed/UFJF

LOPES. MARCELE MARIA FERREIRA. O SAERJINHO COMO AVALIAÇÃO FORMATIVA: ESTUDO DE CASO DE UMA ESCOLA PÚBLICA ESTADUAL DA REGIONAL MÉDIO PARAÍBA/RJ. Dissertação (mestrado profissional) - Universidade Federal de Juiz de Fora, Faculdade de Educação/CAEd. Programa de Pós Graduação em Gestão e Avaliação da Educação Pública. P. 242. 2016.