A presente dissertação é desenvolvida no âmbito do Mestrado Profissional em Gestão e Avaliação da Educação (PPGP) do Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (CAED/UFJF). Este trabalho tem como objetivo analisar o processo de formação dos gestores escolares no interior do Amazonas, com base no programa Escola de Gestores da Educação Pública, e a sua relação com a gestão e organização escolar. Para tanto, busca-se identificar as possíveis implicações do distanciamento entreas aprendizagens provenientes da formaçãocontinuadacom o modo de conduzir a gestão e organização escolar pelos gestores. Assumimos a hipótese de que os processos formativos ofertados via SEDUC/AM aos gestores escolares têm relação direta com sua atuação no âmbito das escolas.Conforme foi observado in loco, o não fazer do gestor em determinados aspectos evidencia o distanciamento existente entre a formação e a organização da escola. Portanto, justifica-se a importância deste estudo por possibilitar maior compreensão de como se traduz e se concretiza ou não essa relação do apreendido com as atividades práticas no cerne da escola, fundamentalmente na parte administrativa. A pesquisaé de naturezaqualitativa, caracterizada como estudo de caso descritivo. O processo de investigação foi subsidiado nos estudos feitos por: Heloisa Lück (2000/2005), que discorre sobre a formação do gestor escolar os desafios impostos à gestão escolar Libâneo (2009), que aborda aspectos relacionados à organização da escola e sua gestão; Gracindo (2009), que discorre sobre a gestão escolar com foco na essência do processo educativo. A metodologia do tipo qualitativafoi constituída com pesquisa bibliográfica e documental inicialmente e, posteriormente, com a realização de entrevista coletiva junto aos gestores egressos do programa Escola de Gestores da Educação Pública oriundos de municípios diversos do Amazonas. A pesquisa mostrou que, embora os momentos de formação promovidos pela SEDUC sejam de grande valia para a organização do trabalho do gestor escolar, é necessário que o macrossistema os veja como protagonistas dos processos formativos de modo que tenham participação ativa na elaboração das propostas, haja vista que a tendência sempre recai para uma abordagem mais pedagógica da atuação do gestor e as demandas administrativas e organizacionais da escola requerem atenção igualitária. Evidenciou-se, ainda, que as escolas do interior, dadas as suas peculiaridades geográficas, clamam por um olhar mais direcionado e específico às demandas locais, bem como agilidade no processo comunicativo para fins de resolução das problemáticas advindas do cotidiano escolar. Portanto, convém proporcionar aos gestores escolares maior participação nos processos decisórios referentes à formulação de propostas de formação, bem como quanto às demandas emergenciais da escola. Para tanto, propomos um PAE que fortaleça a ação gestora e estabeleça a relação dos processos formativos dos gestores com a forma de gestão e de organização escolar.
Ano: 2017
O USO DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO A SERVIÇO DA APRENDIZAGEM: UMA ANÁLISE DA GESTÃO DA ESCOLA ACÁCIA, CATUTI (MG)
A presente dissertação foi desenvolvida no âmbito do Mestrado Profissional em Gestão e Avaliação da Educação (PPGP) do Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (CAEd/UFJF). Este estudo teve como principal objetivo a investigação dos elementos potencializadores de práticas pedagógicas inovadoras com o uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) no que tange à gestão de escolas. O caso de gestão estudado discutiu os elementos promotores de práticas pedagógicas inovadoras com o uso das TIC em uma escola do interior do estado de Minas Gerais. Para tanto, mapeouse e identificou-se, dentre 08 (oito) escolas da regional de Janaúba-MG, qual se destacou no uso das tecnologias, buscando compreender como a instituição conseguiu mobilizar os atores a se envolverem e a se interessarem pelo seu uso. Na pesquisa, de abordagem qualitativa, foram utilizados os seguintes instrumentos para produção de dados: questionários, entrevistas semiestruturadas, além de análise de documentos em sites oficiais do Ministério da Educação, da Secretaria de Educação do Estado de Minas Gerais e documentos escolares, bem como consulta a livros e textos de autores que tratavam do tema “uso das novas tecnologias a serviço da aprendizagem”. A partir da identificação dos caminhos trilhados por essa escola na construção de suas práticas com o uso das tecnologias, foi proposto um plano de ação educacional que pode contribuir para que as demais escolas possam desenvolver e/ou potencializar práticas do uso das TIC em seus contextos.
O USO DA BIBLIOTECA ESCOLAR NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: UM DESAFIO NA MODALIDADE CESEC
A presente dissertação é desenvolvida no âmbito do Mestrado Profissional em Gestão e Avaliação da Educação Pública (PPGP) do Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (CAEd/UFJF). O caso de gestão a ser estudado pretende responder a seguinte questão: de que forma a gestão do CESEC X pode incentivar o uso do acervo literário da biblioteca escolar? O objetivo deste estudo é investigar a utilização do acervo literário da biblioteca pelos alunos e apresentar uma proposta de incentivo à utilização do acervo literário da biblioteca escolar, uma vez que a busca por livros é muita pequena. Assumi como hipóteses para a baixa procura por literatura o fato de que os alunos do CESEC X buscam a escola para concluírem a Educação Básica de forma rápida; a falta de tempo para se dedicarem aos estudos; além da falta de projetos que incentivem a leitura. Para tanto, utilizei como metodologia a pesquisa de caráter exploratório, baseada nos conceitos de autores como Campello (2005), Cosson (2009), Soares (2004) e Souza (2009). Como instrumentos de pesquisa, foram utilizados os documentos e registros da biblioteca, entrevistas com as professoras e com as especialistas, assim como questionários direcionados aos professores orientadores de aprendizagem. Por fim, após análise das entrevistas, na tentativa de oferecer mais qualidade ao ensino oferecido aos alunos, por meio do acervo da biblioteca escolar, o presente estudo apresenta uma proposta de incentivo à utilização do referido acervo.
POSSÍVEIS INFLUÊNCIAS DOS PROJETOS DE INTERVENÇÃO REALIZADOS NA ESCOLA ESTADUAL ANTÔNIO MARTINS DO ESPÍRITO SANTO NAS TAXAS DE ABANDONO DO ENSINO MÉDIO
A presente dissertação é desenvolvida no âmbito do Mestrado Profissional em Gestão e Avaliação da Educação (PPGP) do Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (CAEd/UFJF). O caso de gestão estudado analisa as possíveis influências dos projetos de intervenção no ensino médio na Escola Estadual Antônio Martins do Espírito Santo, na cidade de Nova Serrana, no território Oeste de Minas Gerais.Pretende-se, com este trabalho, tentar relacionar as possíveis contribuições dos projetos pedagógicos desenvolvidos nas escolas públicas para a permanência dos alunos na escola. Assumimos como hipótese que os projetos de intervenção pedagógica implementados no período de 2012 a 2015 possam ter influenciado positivamente sobre as taxas de abandono na escola em questão.Assim, este estudo tem como objetivo investigar, a partir da melhoria dos dados,até que ponto as intervenções pedagógicas, contribuíram para a diminuição do abandono escolar no ensino médio na AMES no período de 2012 a 2015. Para tanto, foram levantados referenciais teóricos com estudos voltados para os desafios e causas do abandono escolar, levando em consideração aspectos intrínsecos e extrínsecos que envolvem os jovens, observando os seguintes autores: Alves e Hermont (2012), Bourdieu (1998), Carrano e Dayrell (2014), Finn (1989), Grilo e Maciel (2012), Krawczyk (2009, 2011), Neri (2009), Soares et al. (2015), Sposito e Galvão (2004) e o Relatório da UNICEF (2014) – Dez desafios do ensino médio no Brasil: para garantir o direito de aprender de adolescentes de 15 a 17 anos. Diante de tais reflexões foram construídos questionários semiestruturados que foram aplicados a quatro grupos de pesquisados: (1) alunos que nunca abandonaram a escola, (2) alunos que abandonaram e retornaram à escola, (3) alunos que abandonaram e não retornaram, e (4) professores. Pela análise dos resultados, observou-se que a maioria dos alunos de todos os grupos é formada por trabalhadores, o que os torna, potencialmente, mais vulneráveis ao abandono. A análise ainda chamou a atenção para o trabalho escolar que vinha sendo feito, visto não ter ele objetividade e nem demonstrar a sua intencionalidade no que se refere à intervenção no abandono escolar. Diante dos achados de pesquisa, o Plano de Ação Educacional propõe que o abandono seja discutido abertamente com todos os sujeitos envolvidos no processo de ensino e aprendizagem, a fim de que a escola assuma seu lugar como espaço importante da vida dos alunos, buscando meios de tornar a participação dos jovens na escola mais consciente e significativa, assim como o trabalho do gestor e dos professores mais maduro e melhor planejado.
PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO PARA A EaD: o caso do Cead/UFJF
A presente dissertação foi desenvolvida no âmbito do Mestrado Profissional em Gestão e Avaliação da Educação (PPGP) do Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (CAEd/UFJF). O caso de gestão apresentado analisou a produção do setor de produção de materiais didáticos do Centro de Educação a Distância da UFJF (Cead/UFJF). Os materiais didáticos têm um importante papel na educação a distância, por ser um suporte à relação entre o professor e o aluno, e sua produção está prevista nos projetos políticos pedagógicos dos cursos. Neste estudo, buscamos identificar se o setor de produção de materiais didáticos poderia absorver uma demanda maior de produção e como poderia incentivar os coordenadores e professores da instituição à utilização destes recursos. Nesse sentido, a pergunta que norteia esta dissertação é: “de que forma o Cead pode potencializar a produção de material didático para a EaD?”. A hipótese ora defendida é a de que o Cead e o suporte que presta aos cursos é pouco conhecido e que os professores não são incentivados a produzirem materiais, o que impacta na demanda de produção de materiais. Nosso objetivo geral foi de identificar os entraves no apoio à produção de material didático dos cursos oferecidos através do Cead. Foram propostas soluções, de maneira em que a equipe envolvida possa reunir esforços no sentido de otimizar a utilização da infraestrutura disponível para produção de materiais em prol da educação a distância e presencial. Partimos dos objetivos específicos, que foram: i) descrever o funcionamento do Cead, em especial o setor de produção de materiais e identificar se há uma baixa demanda de produção; ii) analisar os motivos da baixa demanda de produção de materiais didáticos pelo setor; iii) propor soluções para que o Cead possa otimizar a utilização da infraestrutura disponível à produção de materiais, bem como dos recursos humanos, favorecendo a educação a distância ou mesmo a presencial. Para tanto, utilizamos, como metodologia a pesquisa qualitativa e como instrumentos, entrevistas com os gestores do Cead, além de questionários enviados a professores dos cursos a distância da UFJF. Como referencial teórico, utilizamos as análises de Valente e Moran (2011), que abordam o uso de tecnologias da informação na educação e possibilidades na gestão em EaD; de Maia e Mattar (2007) que, caracterizam as tecnologias utilizadas na educação; e de Belloni (2012), Moore e Kearsley (2013) que analisam a gestão em EaD. Como alguns resultados da pesquisa, concluimos que há uma carência de qualificação específica para a EaD entre os professores e que o setor de produção de materiais didáticos do Cead poderia ser mais conhecido pelos docentes, o que leva a uma procura aquém do esperado dos serviços no órgão. A falta de tempo dos professores foi um outro motivo apontado. Com o intuito de otimizar a produção de materiais, trouxemos as seguintes propostas de intervenção: i) divulgação do setor de produção de materiais; ii) ofertas de novas possibilidades de produção; iii) capacitação para produção de materiais didáticos.
A GESTÃO DO CONHECIMENTO NOS SETORES DE PAGAMENTO DAS SUPERINTENDÊNCIAS REGIONAIS DE ENSINO DE MINAS GERAIS: DESAFIOS E PERSPECTIVAS
O presente estudo, desenvolvido no âmbito do Mestrado Profissional em Gestão e Avaliação da Educação Pública (PPGP) do Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora(CAEd/UFJF), analisoucomo ocorre a gestão do conhecimento (GC) nos setores de pagamento das 47 Superintendências Regionais de Ensino (SRE‘s) da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais, onde a pesquisa foi realizada. Para tanto definiu-se como objetivo geral, identificar os problemas de gestão do conhecimento vivenciados pelos coordenadores de pagamento das SRE‘s no exercício de suas funções no ano de 2016, buscando encontrar possibilidades de intervenção. Dessa forma, pesquisa discutiu como a GC, nos setores de pagamento das SRE‘s, poderia potencializar a construção de uma política de proteção do conhecimento de maneira a contribuir com a preservação da memória institucional no setor, utilizando-se principalmente a teoria desenvolvida por Nonaka e Takeuchi (1997). A metodologia adotada foi o estudo de caso com abordagem qualitativa. Como instrumentos, foram aplicados questionários para os coordenadores de pagamento e entrevista para os gestores do sistema de pagamento. Por meio dos dados coletados, foram detectados problemas que revelaram a falta de: (I) padronização de informações, (II) manual de procedimentos, (III) registro do conhecimento produzido no setor de pagamento. Foi ainda detectada a necessidade de proteção do conhecimento para evitar a perda da memória institucional com a saída de servidores mais experientes, seja por desligamento ou aposentadoria. Tendo como parâmetro o diagnóstico realizado, foi desenvolvido um Plano de Ação Educacional que, partindo do planejamento estratégico alinhando com a gestão do conhecimento, busca-se realizar uma mudança na cultura organizacional, modificando a forma de gerir o conhecimento não mais com a predominância da oralidade e da informalidade, mas com registros sistematizados que possibilitem a organização a não perder sua memória corporativa no futuro e garantir que novos servidores possam se apropriar deste conhecimento tácito registrado por seus antecessores, potencializando, assim, a combinação e a internalização, que atuam no conhecimento operacional-sistêmico, e que se mostraram mais frágeis na organização pesquisada.
A INFLUÊNCIA DO ATB/AUXILIAR DA ÁREA FINANCEIRA NA GESTÃO DAS ESCOLAS ESTADUAIS DA SRE/UBÁ
A presente dissertação tem como objetivo identificar a influência da atuação do Assistente Técnico da Educação Básica – ATB/Auxiliar da Área Financeira nos processos de prestação de contas das escolas estaduais da circunscrição da Superintendência Regional de Ensino de Ubá (SRE/Ubá), da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais. Inicialmente, apontamos como hipótese e evidência, que caracteriza o problema neste caso de gestão, o grande volume de processos arquivados, aguardando análise, no Setor de Prestação de Contas da SRE/Ubá. Tal indício nos levou a fazer uma pesquisa mais aprofundada e, por meio do exame de dados coletados através de questionários aplicados aos Diretores Escolares e ATB/Financeiros atualmente designados nas escolas e realização de entrevistas com Técnicos e Analistas do Setor de Prestação de Contas da SRE/Ubá, buscamos analisar os processos de prestação de contas do período de 2011 a 2016; analisar os tipos e a frequência das diligências baixadas nos processos e em quais processos; comparar processos das escolas com e sem ATB/Financeiro do período de 2011 a 2016; identificar entre os ATB/Financeiros o conhecimento sobre as atribuições do cargo, bem como dos associados da Caixa Escolar e dos membros das Comissões de Licitação; observar a rotatividade dos ATB/Financeiros nas escolas e sua influência nos processos; certificar se o atendimento dado pelo Setor de Prestação de Contas da SRE é satisfatório e se contribui para o desenvolvimento do seu trabalho; investigar a formação acadêmica dos Gestores Escolares; e conhecer se há benefícios da atuação do ATB/Financeiro na gestão pedagógica e administrativa. O caso de gestão teve, assim, como objeto de pesquisa, os efeitos positivos da presença desse profissional nos processos de prestação de contas, do período de 2011 a 2016. Barroso, Lück, Arretche, Adrião, Peroni, Oliveira e outros fundamentam e dão consistência à análise do sistema de descentralização de recursos financeiros públicos à Caixa Escolar e a autonomia e gestão escolar. Percebemos que a descentralização, na verdade, se constitui numa desconcentração de atribuições de gestão em nível local, de políticas centralmente formuladas, sem levar em conta a capacidade própria de cada escola de assumir tais responsabilidades, resguardando ainda o princípio da soberania, onde a escola deve prestar contas ao governo estadual e/ou federal. A administração local deve se pautar na democracia e na participação da comunidade escolar, construindo sua autonomia, ainda que restrita quanto à decisão da destinação e priorização de recursos. Soma-se a isso, a falta de apoio técnico ao Diretor necessário à gestão financeira escolar. Desse trabalho, emergem possibilidades de execução de um Plano de Ação Educacional (PAE) com propostas de capacitação para Gestores Escolares, associados da Caixa Escolar e membros da Comissão de Licitação e a designação de ATB, com formação específica, a título de autorização especial da SEE/MG, para, na SRE, analisar e aprovar os processos em atraso, de modo a contribuir para gestão e melhoria da qualidade da execução financeira nas escolas.
DIFICULDADES NA IMPLEMENTAÇÃO DA GESTÃO PARTICIPATIVA EM UMA ESCOLA DA ZONA DA MATA MINEIRA
A presente dissertação é desenvolvida no âmbito do Mestrado Profissional em Gestão e Avaliação da Educação (PPGP) do Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (CAEd/UFJF). O caso estudado discute a gestão democrática e participativa em uma escola da Zona da Mata Mineira. Para tanto, será necessário analisar o contexto, as ações e os canais de participação da comunidade escolar. O caráter participativo de uma gestão é muito importante, pois possibilita a consolidação da gestão democrática, a autonomia institucional e torna os indivíduos coautores e corresponsáveis da prática cotidiana da gestão escolar. Nesse sentido, o problema da pesquisa está na pouca participação dos sujeitos que compõem os segmentos escolares. Assim, a pergunta norteadora desse estudo de caso é: “quais os obstáculos para mobilizar a comunidade escolar para a efetivação de uma gestão democrática e participativa?”. Assumimos como hipóteses que os canais de participação abertos pela escola ainda não são suficientes para promover uma participação mais significativa dos membros da comunidade escolar, e ainda que o comodismo dos sujeitos, o medo de assumir compromissos, a própria localização da escola e o fato de ser única na sede municipal podem ser fatores impeditivos da participação. A partir dos conceitos da Gestão Democrática e Participativa, pretende-se analisar o funcionamento dos órgãos colegiados e sua contribuição para a ampliação da autonomia institucional e propor ações que permitam uma trajetória de participação de todos os atores nas ações cotidianas da escola. Dessa forma, a presente pesquisa apresenta como objetivo geral: pesquisar quais os obstáculos para mobilizar a comunidade da Escola Caminho Suave para a efetivação de uma gestão democrática e participativa, e analisar as ações dos sujeitos dos diversos segmentos da comunidade escolar. Como objetivos específicos foram definidos: i) descrever o caso de gestão, que está ligado à questão da baixa participação da comunidade escolar; ii) analisar os problemas do caso de gestão, mais especificamente os motivos que levam os sujeitos a uma postura de resistência à participação; iii) propor ações sócio-políticopedagógicas que promovam a participação consciente de todos os segmentos da comunidade escolar e, consequentemente, a ampliação da autonomia institucional. Utilizaremos, como metodologia a pesquisa qualitativa, e como instrumentos de pesquisa de campo, a análise documental, entrevistas e questionários. A partir da leitura de vários autores, dentre eles, Lück (2000, 2002, 2006, 2008a, 2008b, 2009a, 2009b), Paro (1986, 2001), Gadotti (1980,1993,1997), Dourado (2003), Hora (1994), Libâneo (2004), Demo (1999) e Freire (1995, 1996, 2000, 2006), desenvolveu-se uma análise referente à gestão democrática e participativa, fazendo-se entender que é imprescindível que os membros da comunidade escolar sintam-se motivados a agir em prol do sucesso do processo educativo.
LIMITES E POSSIBILIDADES DA AUTONOMIA ESCOLAR NOS CMEI’S DE TERESINA
O caso de gestão analisa as dificuldades de realização de uma gestão democrática e autônoma em dois Centros Municipais de Educação Infantil (CMEI´s) da cidade de Teresina. Elegemos para este estudo a seguinte questão norteadora: quais os principais fatores que interferem na falta de autonomia nas ações pedagógicas dos gestores de dois CMEI´s da rede municipal de Teresina? A execução desta pesquisa tem como objetivo geral analisar e propor ações para os principais fatores que interferem na falta de autonomia pedagógica dos gestores das escolas de Educação Infantil. Definimos como objetivos específicos: i) descrever os principais fatores que dificultam e interferem nos processos decisórios de dois CMEI´s de Teresina. ii) analisar o modelo de gestão vivenciado nas duas escolas e os diferentes sentidos de autonomia que podem ser mobilizados pelos sujeitos do processo ensino aprendizagem. iii) Propor ações que auxiliem a escola nos processos decisórios, de forma que o gestor e o conselho escolar possam, junto com a equipe da escola, favorecer a construção da autonomia da instituição e dos atores que nela convivem. Assumimos como hipótese que o monitoramento da Secretaria de Educação, no sentido de que as escolas consigam alcançar as metas estabelecidas no Plano de Metas e Ações (PMA), para obter melhores resultados de desempenho acadêmico dos alunos no SAETHE, está cerceando a autonomia das escolas. Outra hipótese seria o fato dos diretores estarem sobrecarregados em uma rotina burocrática, dificultando, assim, a tomada de decisões de forma coletiva e participativa. E, ainda, a forma como os diferentes sentidos de autonomia construídos e vivenciados pelos sujeitos do processo ensino aprendizagem contribuem para a dificuldade de tomada de decisão dos gestores das duas escolas investigadas. Os referenciais teóricos que embasam este estudo perpassam pela questão da participação da comunidade escolar e local, como mecanismo para uma gestão democrática e, conforme destacou Lück (2000, 2006, 2009), tal gestão deve ser desenvolvida a partir da construção do Projeto Político Pedagógico, traduzindo-se no exercício de autonomia das escolas, assunto ressaltado por Veiga (1995,2001). Autonomia esta que assume diferentes sentidos, de acordo com o entendimento dos sujeitos envolvidos no processo de ensino, mencionada por Barroso (1996) como autonomia decretada e a construída. Na perspectiva da autonomia construída, revela-se, por parte destes sujeitos, uma prática educativa em um viés emancipatório, livre da dominação e do controle do Sistema. Utilizamos como metodologia a pesquisa qualitativa. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas e questionários direcionados aos sujeitos envolvidos com o problema: a equipe gestora, os docentes, os pais e mães representantes do Conselho Escolar. Também realizamos análise dos registros das escolas, quais sejam: o Projeto Político Pedagógico e o Plano de Metas e Ações. A pesquisa revela que o PMA é o instrumento direcionador da prática docente e que o mesmo está suplantando o PPP. Evidenciamos ainda que os sentidos de autonomia mobilizados pelos agentes educacionais apontam para um processo de naturalização da autonomia. Dessa forma, propomos um plano de ação que possa contribuir para a ampliação do espaço de atuação dos agentes educativos a partir do compartilhamento de responsabilidades entre escolas e SEMEC.
A CONSTITUIÇÃO DE GRÊMIOS ESTUDANTIS NAS ESCOLAS ESTADUAIS DE ENSINO MÉDIO DE MINAS GERAIS E SEU LUGAR NA GESTÃO DEMOCRÁTICA
A presente dissertação, desenvolvida no âmbito do Programa de Pós-graduação Profissional em Gestão e Avaliação da Educação Pública (PPGP) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), teve como foco de estudo a identificação de entraves à constituição do grêmio estudantil, enquanto espaço de participação da juventude no cotidiano das escolas e de fortalecimento da gestão democrática, no contexto da Política de Fomento à Participação Estudantil da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais, que, a partir do projeto Virada Educação Minas Gerais (VEM), tem como objetivo combater a evasão escolar da população mineira de 15 a 17 anos e aproximar a escola da juventude. Como recorte de pesquisa foram selecionadas duas escolas estaduais de Belo Horizonte que apresentam situações opostas quanto à participação estudantil e viabilizaram a resposta à questão norteadora deste caso, a saber: quais os entraves à constituição de grêmios estudantis nas escolas estaduais de Belo Horizonte, no contexto da política de fomento à participação estudantil que, dentre outros objetivos, visa à democratização da gestão escola? Na descrição do caso, foram apresentados o contexto de elaboração e implementação da VEM, dados sobre o ensino médio no Brasil e em Minas Gerais e sobre as Unidades Escolares, sobretudo em suas particularidades quanto à vivência dos processos de participação. A pesquisa, de cunho qualitativo, teve como instrumento de coleta de dados fóruns de discussão com estudantes e gestores em grupos de Whatsapp – especificamente criados para este fim –, questionário diagnóstico, pesquisa bibliográfica e análise documental. Os dados da pesquisa de campo foram analisados a partir de conceitos e discussões trazidos por Dayrell (2006, 2010, 2016); Dayrell, Carrano e Maia (2014); Lück (2009, 2010, 2012, 2013) e Paro (2010, 2016) e revelaram uma percepção negativa de juventude, por parte dos gestores escolares – associada ao hedonismo, irresponsabilidade e imaturidade – e uma concepção reducionista de participação – entendida como mera verbalização de opiniões. Diante disso, o Plano de Ação Educacional (PAE) proposto intenta a ampliação dos espaços de participação dos jovens estudantes, adjetivando-os como sujeitos do processo educativo, cujas demandas, opiniões e percepções são essenciais ao fortalecimento da gestão democrática da escola. Além disso, sugere a criação e a implantação do Projeto #VemPraJuventude, que envolve formação e incentivo ao protagonismo juvenil.