O FUNCIONAMENTO EFETIVO DO CONSELHO ESCOLAR COMO PRÁTICA DE GESTÃO DEMOCRÁTICA

O presente trabalho teve como objetivo investigar as causas que dificultam o funcionamento efetivo do Conselho Escolar da Escola Estadual de Tempo Integral Raimundo Lourenço. Assumimos como hipótese que o funcionamento efetivo do Conselho Escolar não ocorre devido à falta de participação dos diversos segmentos da comunidade escolar nas atividades desenvolvidas pela escola. Foi realizada uma descrição do caso em questão e apresentada uma contextualização do princípio da gestão democrática no cenário educacional público brasileiro, estabelecido pela Constituição Federal de 1988 e reafirmado na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96 e nos Planos Nacionais de Educação de 2001 e 2014 (BRASIL, 1988; 1996; 2001; 2014). Os referenciais teóricos, que fundamentaram as considerações apresentadas acerca da participação social, autonomia e gestão democrática na escola, foram de contribuições de Cury (2002), Dallari (1984), Luck (2011; 2013) e Paro (2002). Examinamos a gestão democrática, no contexto educacional do ensino público brasileiro e a concepção de Conselho Escolar como instrumento de gestão democrática no âmbito escolar. Para tanto, utilizamos como metodologia a pesquisa qualitativa, procurando compreender os fenômenos, segundo a perspectiva dos sujeitos envolvidos na situação em estudo. Como instrumentos para produção de dados, foram feitas análises documentais e foram realizadas entrevistas semiestruturadas com o gestor e com os demais conselheiros do conselho escolar, no intuito de descrever a forma de participação do conselheiro e o que os levou a essa participação. Ainda, objetivou-se conhecer a percepção de cada entrevistado sobre o funcionamento do CE e sobre o tipo de gestão que é exercida na escola. De acordo com as informações obtidas por meio das entrevistas, foi possível constatar alguns desafios que impedem a atuação a contento do CE como prática de uma gestão participativa. Dentre esses desafios, destacam-se a existência de um CE que não atende a sua finalidade de promover a gestão democrática dentro da escola; conselheiros que não conhecem suas atribuições nem as funções do conselho, bem como sua real importância. Podemos identificar também que a gestão da escola não é desenvolvida de forma democrática. Diante disso, propomos, no último capítulo, um Plano de Ação Educacional (PAE) com quatro ações: Formação dos Conselheiros; sensibilização da comunidade escolar sobre a importância de um CE atuante; fortalecimento das parcerias com a gestão escolar e demais órgãos colegiados da escola; e a construção de um Plano de Ação que atenda às prioridades e especificidades da escola. Tais ações possuem o objetivo de contribuir com a concretização da atuação dos diversos segmentos da comunidade escolar no cotidiano da escola. No entanto, reconhecemos que o tema abordado é complexo, o que exige novas investigações sobre a atuação do CE, para que venham contribuir com a concretização de uma vivência democrática dentro da escola.

A ATUAÇÃO DO NÚCLEO DE TECNOLOGIA EDUCACIONAL DE CARATINGA: UMA ANÁLISE A PARTIR DA REALIDADE DE QUATRO ESCOLAS ESTADUAIS DE SUA CIRCUNSCRIÇÃO

A presente dissertação é desenvolvida no âmbito do Mestrado Profissional em Gestão e Avaliação da Educação Pública (PPGP) do Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (CAEd/UFJF). O objetivo principal deste estudo é analisar os desafios que dificultam a atuação do Núcleo de Tecnologia Educacional de Caratinga (NTE) junto às escolas da circunscrição da Superintendência Regional de Ensino de Caratinga (SRE Caratinga) para o uso pedagógico das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC). Atualmente as tecnologias estão presentes nas escolas públicas estaduais, que contam com equipamentos distribuídos por iniciativa de Programas dos Governos Federal e Estadual. O NTE se destaca nesse contexto por atuar diretamente com as escolas no desenvolvimento de ações relacionadas à manutenção dos equipamentos e, sobretudo, à capacitação docente para o uso pedagógico dos recursos tecnológicos, entretanto, esse trabalho vem enfrentando dificuldades que comprometem os resultados esperados. Nesse sentido, esta dissertação propõe realizar uma pesquisa qualitativa com abordagem de estudo de caso em quatro escolas representativas do município de Caratinga, selecionadas por meio de critérios específicos, para responder a seguinte questão: Quais estratégias o NTE de Caratinga pode adotar para aprimorar o atendimento pedagógico às escolas estaduais da circunscrição da SRE? No intuito de trazer respostas a essa indagação, optou-se pela ida a campo por compreendermos a importância de se conhecer a realidade das escolas, e, a partir disso, propor ações que estejam em sintonia com as suas necessidades. A pesquisa empírica foi realizada por meio de questionários aplicados aos professores e de entrevista semiestruturada com a coordenadora do NTE de Caratinga e com os diretores das escolas selecionadas. A análise dos dados obtidos mostrou que as TIC não são utilizadas de maneira sistemática pelos professores em sua prática pedagógica. Os resultados da pesquisa aliados aos referenciais teóricos que discutiram os eixos relacionados ao uso das TIC e à formação continuada dos professores serviram de base para a elaboração do Plano de Ação Educacional (PAE), o qual contém um conjunto de proposições que pretende dinamizar a atuação do NTE junto às escolas, contribuindo dessa forma para a inserção das TIC como instrumentos de aprendizagem.

A FORMAÇÃO CONTINUADA DOS TUTORES A DISTÂNCIA NOS CURSOS DE GRADUAÇÃO A DISTÂNCIA DA UFJF

A presente dissertação foi desenvolvida no âmbito do Mestrado Profissional em Gestão e Avaliação da Educação (PPGP) do Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (CAEd/UFJF). O caso estudado discute a formação continuada dos tutores a distância dos cursos da UFJF assessorados pelo CEAD e a atuação do Coordenador de Tutoria nesse processo. Os objetivos definidos para este estudo foram descrever os modelos pedagógicos dos cursos a distância da UFJF e o papel do Coordenador de Tutoria relativamente à formação de tutores no interior de cada curso; conhecer e analisar as demandas formativas dos tutores dos cursos a distância da UFJF, de acordo com os diferentes modelos pedagógicos dos cursos; e, por fim, propor um Plano de Ação Educacional (PAE) que estivesse de acordo com essas demandas. Assumimos como hipótese de pesquisa a existência de uma lacuna na formação dos tutores a distância nos cursos da UFJF, a qual foi ratificada no primeiro capítulo, por meio de uma sondagem inicial realizada com os Coordenadores de curso e Coordenadores de Tutoria. Utilizamos como metodologia o estudo de caso de caráter qualitativo, em que adotamos os instrumentos da entrevista semiestruturada com os Coordenadores de Curso e de Tutoria e do questionário aplicado aos tutores a distância atuantes nos cursos. Assim, no segundo capítulo foram analisados os dados obtidos na pesquisa de campo com base nos eixos temáticos da formação dos educadores e a tutoria a distância. Pudemos observar com maior profundidade as fragilidades na condução das formações no interior dos cursos, uma indefinição de quem seria o responsável pelas ações de formação continuada, bem como um envolvimento dos Coordenadores de Curso e de Tutoria mais nas questões administrativas e burocráticas dos cursos do que nas questões pedagógicas ligadas à formação dos tutores. Tendo em vista os dados encontrados na pesquisa de campo, configuramos o terceiro capítulo da dissertação composto pelo PAE, o qual concatenamos as demandas de formação específicas encontradas em cada curso com as ações propositivas na criação de um Ambiente Virtual de Formação Continuada, considerando o perfil dos tutores, a flexibilidade de tempo e espaço do ambiente virtual, o lócus de atuação dos atores da EaD e a potencialidade da Plataforma Moodle para as questões de formação e comunicação. Assim, as ações propostas no terceiro capítulo têm o intuito de viabilizar o estabelecimento de uma política de formação continuada dos atores que fazem a EaD na UFJF.

O COMPROMISSO SOCIAL DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM CONTEXTOS ESCOLARES: UM PROCESSO DE RESSIGNIFICAÇÃO DE SABERES E FAZERES NA CONSTRUÇÃO DE PROJETOS SOCIOAMBIENTAIS

A dissertação que ora se apresenta é fruto do Mestrado em Gestão e Avaliação da Educação Pública, do Programa de Pós-Graduação Profissional Stricto Sensu da Faculdade de Educação, da Universidade Federal de Juiz de Fora. Fundamentada em observações empíricas e na abordagem da pesquisa qualitativa, perscrutou saberes e fazeres intrínsecos a dois projetos de Educação Ambiental, elaborados e implementados por duas escolas estaduais de Ensino Médio jurisdicionadas à Superintendência Regional de Ensino de Juiz de Fora, órgão institucional da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais. A análise realizada, de caráter interpretativo, ao se apropriar do enredo teórico-metodológico de um estudo de caso múltiplo e dos pressupostos da Educação Ambiental Crítica, objetivou compreender em que medida os projetos de Educação Ambiental complexificam, doravante suas respectivas realidades contextuais, injustiças e conflitos socioambientais. As inferências resultantes, em virtude da ênfase atribuída pelos respectivos projetos a questões puramente ecológicas, indicaram a preponderância de perspectivas conservacionistas e pragmáticas de Educação Ambiental nos contextos educativos. Estas, ao invisibilizarem as relações sociais que se constituem e, ao mesmo tempo, são constituídas a partir da confluência existente entre o modo de organização da sociedade capitalista e a natureza, impossibilitam a problematização de injustiças e conflitos socioambientais no âmago de movimentos que tencionam, tão somente, a reprodução do status quo de classes sociais privilegiadas política e economicamente. No sentido de romper com esta tendência histórica, a pesquisa culminou com a proposição de uma ação educacional que vislumbra a constituição de redes de aprendizagem como estratégia para a construção coletiva de projetos socioambientais, a serem implementados em ambientes socioeducativos, a partir da ressignificação de saberes e fazeres relacionados à Educação Ambiental.

REFLEXÕES SOBRE O FLUXO ESCOLAR NO ENSINO MÉDIO: O CASO DA ESCOLA ESTADUAL PRESIDENTE TANCREDO NEVES

A presente dissertação foi desenvolvida no âmbito do Programa de Pós-graduação Profissional em Gestão e Avaliação da Educação (PPGP) do Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (CAEd/UFJF). O caso de gestão estudado analisou os fatores relacionados aos problemas de fluxo escolar na Escola Estadual Presidente Tancredo Neves, município de Carmópolis de Minas, a partir da percepção de diversos atores escolares, sendo estes os alunos, professores e gestores. Este estudo teve como objetivo investigar e compreender os fatores que ocasionam as retenções e o abandono escolar, bem como analisar a influência das especificidades presentes na escola investigada nos problemas de fluxo, e propor um plano de ação para minimizá-lo. Para tal compreensão, foi realizada uma contextualização da evolução do ensino médio brasileiro e sua insistente e problemática dualidade. Para o procedimento de investigação, foi adotada a pesquisa bibliográfica e a pesquisa de campo. Como técnicas de pesquisa foram utilizadas a entrevista semiestruturada com o diretor e a ex-diretora da escola, além de grupos focais compostos por membros dos segmentos de atores escolares. A análise dos dados da pesquisa foi produzida à luz de autores relevantes no campo educacional, como Heloísa Luck (1998; 2009), Juarez Tarcísio Dayrell (1996; 2009), Ruben Klein (2006), Paulo César Rodrigues Carrano (2016), Acácia Zeneida Kuenzer (1989), Sabrina Moehlecke (2012), Nora Rut Krawczyk (2009; 2011), José Carlos Libaneo (2016), dentre outros. Destaca-se, no trabalho, a produção de um Plano de Ação Educacional que compreende a elaboração de propostas de intervenção a serem conduzidas pela gestão escolar, visando minimizar a evasão e o abandono escolar. As ações foram desenhadas a partir da necessidade de se criar um projeto de acolhimento dos alunos novatos na escola, resgatar a participação dos pais na vida escolar, repensar a prática pedagógica e avaliativa e estimular o protagonismo juvenil.

POSSIBILIDADES DE APERFEIÇOAMENTO DO SISTEMA MINEIRO DE ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR (SIMADE)

Esta dissertação tem como objetivo descrever e analisar os fatores que dificultam a utilização do Sistema Mineiro de Administração Escolar (Simade) em sua integridade pelos usuários nas escolas da rede estadual de Minas Gerais. A Resolução SEEMG nº 1180, de 28 de agosto de 2008 tornou obrigatória a utilização do sistema em todas as escolas da referida rede e sua versão para internet foi gradativamente disponibilizada para as escolas a partir do mesmo ano. Apesar de o sistema ser utilizado por todas as 3.660 escolas da rede estadual de Minas Gerais, os usuários ainda apresentam dúvidas no manuseio do Simade e não utilizam o sistema em sua totalidade. Os objetivos específicos deste trabalho foram: descrever o caso do Simade, com foco nos elementos críticos para a plena utilização dos seus recursos pelos usuários das escolas; descrever o perfil dos usuários do Simade nas escolas; levantar as condições do uso do Simade nas escolas; identificar as principais dificuldades dos usuários em relação ao uso do Simade; e analisar os fatores críticos que dificultam a utilização do Simade, por meio da relação entre o perfil dos usuários, as condições de uso e as principais dificuldades dos usuários. A questão de investigação foi: Que fatores dificultam a utilização do Simade pelos usuários do sistema nas escolas?. Para responder esta questão, foi realizado um estudo empírico, que aconteceu em duas fases. Na primeira fase, qualitativa, foram realizadas oito entrevistas, sendo quatro com Diretores e quatro com funcionários das secretarias das escolas. Na segunda fase, quantitativa, foram enviados os links de dois questionários para o e-mail institucional de todas as escolas da rede estadual de Minas Gerais, com obtenção de 414 respostas no questionário do Diretor e 487 respostas no questionário do funcionário da secretaria da escola. Além disto, foi feita uma fundamentação teórica sobre o caso pesquisado e a proposição de um Plano de Ação Educacional (PAE) a partir do estudo empírico.

RELAÇÃO EMPRESA/INSTITUIÇÃO: UM ESTUDO SOBRE O ESTÁGIO SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO DESENVOLVIDO NO CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

O estudo deste trabalho tem o propósito de investigar o estágio supervisionado obrigatório desenvolvido no curso de Bacharelado em Engenharia de Produção da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). A legislação que regulamenta a atividade do estágio é a Lei nº 11.788 de 25 de setembro de 2008, a qual descreve os principais participantes da atividade do estágio, sendo estes o estagiário, a Instituição de Ensino Superior (IES) e a Empresa. Como objeto de estudo, a IES considerada é a UFJF, sendo representada pela Comissão Orientadora de Estágios (COE). Além dessa legislação, esta pesquisa também investiga as competências necessárias ao profissional da engenharia descritas nas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN’s) dos cursos de engenharia bem como a dualidade teoria-prática e a relação entre os participantes. Este trabalho destaca que a relação entre os envolvidos na prática do estágio deve ser feita de forma mais próxima possível visto que caso exista um distanciamento entre professor orientador e aluno e/ou IES-Empresa, todos os envolvidos perdem ao ter essas relações enfraquecidas, e prejudica o desenvolvimento de competências por parte do discente. Nesse sentido, aproximar IES-Aluno-Empresa, de tal modo que essa relação seja maximizada é de fundamental importância para o melhor desenvolvimento de todos os atores participantes da prática do estágio. Desse modo, este trabalho busca investigar a relação existente entre os atores envolvidos na prática do estágio, por meio de entrevistas e questionários. Em conclusão, como Plano de Ação Educacional (PAE) proposto, é apresentada a necessidade de um projeto de estágio bem como a participação mais ativa dos envolvidos. Como proposta, foi apresentado três ações: Workshop do Estagiário, Reuniões Trimestrais e Defesa do Estágio. Essas três ações se complementam e visam aproximar os atores envolvidos no estágio e ajustar o solucionar o problema apresentado.

POR QUE ALGUNS ALUNOS CHEGAM AO 6º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL SEM SABER LER E ESCREVER?

Esta dissertação tem como pergunta principal e objetivo saber quais os motivos que levam os alunos a não conseguirem se alfabetizar nos três primeiros anos de escolaridade e chegarem ao 6º ano do Ensino Fundamental sem ler e escrever. Assumindo que a alfabetização é uma construção que se dá nas relações interpessoais, mediadas pela linguagem, esta dissertação busca, no discurso dos alunos e professoras dos anos iniciais do Ensino Fundamental, os sentidos atribuídos à alfabetização e letramento. Para tal, este estudo fundamenta-se teoricamente na concepção de linguagem como constituidora da consciência e espaço de inter-relações sociais, tendo como aportes teóricos principais os estudos desenvolvidos por Lev Seminovich Yygotsky sobre o fenômeno da linguagem e a mediação e os estudos desenvolvidos por Mikhail Bakhtin. Além desses teóricos, constituem-se como interlocutores autores que abordam especificamente sobre a alfabetização, a leitura e a escrita como Soares, Kleiman, Mortatti, Cagliari, Schapper, entre outros. A perspectiva histórico-cultural orientou os procedimentos de pesquisa e as análises desenvolvidas sobre o material empírico produzido na observação de aula do 3º ano do Ensino Fundamental e atividades nos encontros dialógicos com os alunos em situação de comprometimento de aprendizagem do 3º e 5º anos do Ensino Fundamental. A partir das análises chegou-se a conclusão que os alunos, desses dois níveis de ensino pesquisados, estão muito aquém do nível desejado, ficando claro e evidente a falta de empenho da própria escola na condução do processo educacional, sendo que, a escola sozinha não conseguindo fazer um bom trabalho, necessita da ajuda das famílias, direção e professores. Observou-se que as professoras são comprometidas, mas o número excessivo de alunos por turma as impedem de fazer uma intervenção mais intensa. Esses alunos chegarão ao 6º ano do EF da maneira que estão. Cabe à direção escolar, dar o aval para mudar essa realidade com um projeto de intervenção extraclasse e com o apoio da família para que se esse ciclo se quebre e que as crianças tenham sua vida escolar normalizada.

UM ESTUDO DE CASO SOBRE A GESTÃO ESCOLAR NO CONTEXTO DOS RESULTADOS DE MATEMÁTICA E PORTUGUÊS DO SPAECE

O caso de gestão estudado discutiu a gestão para resultados em uma escola de ensino médio pertencente à rede pública do estado do Ceará, tendo como contexto o Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará – SPAECE. Tal pesquisa justifica-se pela crescente expressividade das avaliações externas nas políticas de gerenciamento dos sistemas educacionais, a partir das quais emanam duas perspectivas que se entrelaçam no fazer didático: o binômio sucesso e fracasso escolares. Os objetivos definidos para este estudo foram analisar como a gestão tem se apropriado dos resultados do SPAECE, captando elementos que possam ser utilizados para a melhoria das práticas de gestão pedagógica e de resultados, visando contribuir para a elaboração de uma proposta de intervenção com o intuito de fomentar a aprendizagem significativa dos estudantes, tendo como questão norteadora o seguinte problema: de que forma ocorre a ação gestora em uma escola regular pertencente à Superintendência das Escolas de Fortaleza 1 (SEFOR 1) no contexto dos resultados do SPAECE? As discussões desenvolvidas basearam-se nos seguintes autores: Ball (2002; 2010), Vieira (2002; 2007; 2013); Vianna (2003; 2009), Franco (2004), Rosa et al (2006), Martins, Brocanelli (2010), Dalben (2010), Lück (2000, 2009), Luckesi (2011), Brooke, (2012), Monteiro e Mota (2013), Blasis et al (2014), Ikeshoji, Terçario, Ruiz (2015), Trojan e Corrêa (2015), Pinto e Santos (2016), Terrasêca (2016), a partir dos quais delineou-se a gestão para resultados no ambiente escolar caracterizando o papel do gestor enquanto força promotora da aprendizagem estudantil, pautada na prática colaborativa de monitoramento e avaliação do fazer escolar enquanto ferramenta para a construção de uma escola aprendente. Além disso, os autores contribuem para o delineamento do panorama da apropriação de resultados das avaliações externas enquanto processo pedagógico com vistas à qualidade educacional. Por meio de uma pesquisa qualitativa, como estudo de caso, verificou-se a interrelação entre a gestão, as avaliações externas, aqui representadas pelo SPAECE e, o sucesso da escola. O levantamento dos dados foi realizado in loco, por meio de observações na instituição-alvo da pesquisa. O instrumento de pesquisa utilizado foi a entrevista semiestruturada aos sujeitos do estudo, componentes do núcleo pedagógico: Gestora, Coordenadores Pedagógicos e Professores Coordenadores de Área de Linguagens e Códigos e, Matemática. Em razão dos resultados do estudo, concluiu-se que a gestão pedagógica da escola valida a avaliação externa enquanto mensurador da qualidade escolar, embora desconheçam as publicações do SPAECE e careçam de reordenar as práticas de gestão para que a comunidade possa apropriar-se do planejamento estratégico da escola. Assim, o Plano de Ação Educacional (PAE) apresentado compreende ações que visem a favorecer a gestão participativa no contexto de utilização pedagógica dos resultados do SPAECE e o fortalecimento dos planejamentos enquanto espaço-tempos de formação dos professores, dentre elas a formação de um grupo de estudos com foco nos resultados e planejamento estratégico da escola, estudos direcionados aos professores e, um marco festivo para apropriação dos resultados da escola.

O PAPEL DA COORDENADORIA REGIONAL DE EDUCAÇÃO DE COARI/AM NA IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS EDUCACIONAIS PARA O ENSINO MÉDIO

A presente dissertação discute o cotidiano da prática de implementação de políticas educacionais para o Ensino Médio na Coordenadoria Regional de Educação de Coari/AM, como o PROEMI e o PROETI, discutindo sobre o papel da Coordenadoria Regional na ação de implementação dessas políticas. O objetivo foi identificar as dificuldades que a Coordenadoria Regional de Educação de Coari/AM enfrenta ao implementar políticas educacionais curriculares para o Ensino Médio em sua regional. A pesquisa de campo realizada foi de cunho qualitativo por meio de um estudo de caso. Utilizamos como metodologia a análise de documentos orientadores do PROEMI e do PROETI e como instrumentos de coletas de dados a entrevista semiestruturada. Sete servidores da Seduc/AM que trabalham diretamente com a implementação de políticas educacionais para o ensino médio foram entrevistados, onde buscamos conhecer suas percepções acerca da implementação de tais políticas no estado do Amazonas. Os estudos acerca do contexto do ensino médio no Brasil foram baseados em Krawczyk (2011), Sacristán (1998), Isleb (2016), Oliveira e Destro (2005), entre outros. Em relação ao ciclo de políticas, nossa análise teve como base os estudos de Dye (1984) apud SOUZA (2002), Peters (1996) apud SOUZA (2002), Velasques (2001) apud MARTINS (2014), Mainardes (2006), Condé (2012) e Melo (2013). Como principais resultados da pesquisa de campo, temos o descompasso entre a Seduc/AM e a Coordenadoria Regional de Educação de Coari/AM na implementação de políticas educacionais para o ensino médio. Isso nos levou à elaboração de um Plano de Ação Educacional (PAE), com ações que deverão ser incorporadas pela Seduc/AM para o bom andamento de uma política educacional para o ensino médio no estado do Amazonas, pois quando não há o envolvimento e entendimento acerca da política, a proposta trazida pela política não consegue promover as mudanças esperadas.